domingo, 28 de julho de 2013


Meu sol interior gira reminiscências e querências tantas

me consome o espírito e a presença

sorve minha seiva brutal como quem tira a vital centelha

dos lumes essenciais

 

Obscura sombra me toma

e me oculta a visão

desfaleço em transe

de hipnótica perseguição

percebo a relutância

do peixe fora d’água

da falta de confiança

da vida secularizada

destituída de encanto

 

meu amor cultivava sombras,

 não sei ao certo se por capricho ou hesitação

 

seus espelhos distorciam imagens e o próprio tempo

transcendendo o espaço

 

meu cavalo branco alado

alcança alturas celestiais na noite escura

estrelas cadentes ascendem seu caminho

 

Sei que elas o inebriam e ganhavam velocidade conforme padrões de pensamentos arraigados que de tanto acionados despertavam humores imprecisos e oscilantes

no cosmos integrado

todo nome sussurrado encontra seu ouvido

faíscas de receio

aqueles últimos escritos precisavam ser refutados?

era necessário que soubesse o quanto tocou

para muito além do arrependimento

ainda que os corpos careçam da

plausível e plástica realidade

da confirmação desnecessária

o organismo falece de confortos sensíveis

como a chuva forte caindo para acalmar

despertando o cheiro de erva fresca

macerada ao barro de fractais pressões d’água

 

gotas de mundo fragmentos de você

Insubstanciais segundos

despencando de uma atmosfera imprecisa

 

E era preciso desprender-se de si como quem faz a muda, trocando toda a pele já impregnada por tantas dores e histórias de tantas esferas marcadas que compreendem e interpenetradas atuam desenfreadas quando em ambientes que as ignoram, e por vezes essas vozes que acompanham soam como humores falidos de intuição depreciativa. É necessário abafar certas vozes e se colocar num movimento de contorno e conquista de novos ares.

Se colocar numa vibração de elevação como desafio contínuo e inquestionável, não se deixar levar pelas asas negras de uma imaginação denegrida. Fortalecer no pensamento lúcido de permanência.

O caráter heurístico de suas investidas não disfarçava o fardo sutil acoplado em seu dorso por descuido.

 

Tenho na pele tatuado um eclipse

porque só o sol não me basta

porque só a lua me é como a noite rasa

falta ilusionismo de estrelas passageiras

no cadente ritmo dos vórtices de luz  e quando sopra o vento

no voo de sementes aladas fecundando a estação do tempo inerente

me sinto pertencente a este misterioso movimento dos astros magnéticos

no melancólico enternecer dos registros imagéticos, na confusão das vozes dissonantes

confirmo a força do meu pensamento na confluência de forças afins

quando flores de castidade forem mais polêmicas que as da promiscuidade

confessaríamos os segredos mágicos de quem pretende a expansão

 

Descobri singelas verdades sobre o comportamento ordinário das sombras, como elas se portam e quais seus passatempos prediletos. Sei que tem a ver com nossos hábitos e a abertura para pensamentos perigosos. Atesto o poder de penetração em âmbitos de difícil acesso, transposição de paredes como um fantasma vivo.

E era preciso estar atenta, com o coração ressonante para captar a efemeridade de letras tão fortes e significantes. Rasuras impressas em folhas de papel e espalhadas por toda a casa. Ventania dentro d’alma, revirando tantas letras desastradas, espalhando os estilhaços de sol, percorrendo os cômodos e devastando os vestígios de mim. Decifrando e recolhendo os indícios de nós.
Lírios de espelhos
na imprecisão dos contornos da noite
luz branca permeando as pálpebras

Até quando lerei apaixonada escritos que disparam o coração
 

Colecionava flores secas dentro de páginas de livros, os mortos às ofertavam embaraçados por fazer a corte a uma donzela telepática.

Quantas feridas ardem como labaredas cujas chamas ascenderam tornando-se anjos sombrios

 sol à pino, na cumeeira das grandes ideias, quem poderia captar tal magia, quem se importa?

no reconhecimento antecipado, quando o aperto no peito traz a sensação de incompletude

quando a realidade abrange outras dimensões

estou o tempo todo aqui

em busca de um conto de fadas

Ninguém está pronto e todos crescemos com a dor, mas a transposição dos desejos mundanos é a base para alcançar os degraus do celeste

 
Ao som que vibra e alcança

destino a corda tensionada ou

bamba em movimento

razão e contra senso

que desflora numa intenção disforme

solta como vento

naqueles tempos os signos falavam de conexões astrais

 confusas amarrações estrelares

auto-declaradas disfunções

influxos ao som que reverbera

meu pulso

minha letra

meu recurso


dos processos subsequentes e falíveis – passivamente protelados, como quem mastiga a própria língua, como quem engana a própria sorte, como quem desmerece a poesia, como quem comete a heresia da escolha, como quem finge não ser sendo inevitável. Vicissitudes do incontestável rumor ancestral, que trouxe imagens e símbolos de um outro recorte de plano astral desde momentos remotos situados em confins- portinholas da memória.

Tenho a paciência e a compaixão do oceano-pretensão de espera/ pretensão de esferas complementares/ de cumplicidade

Sua espera a envolve num casulo caótico de reverência postular e entrega a fatalidade.

quarta-feira, 24 de julho de 2013


Suspensos na tênue linha imaginária que separa a insanidade da iluminação sutil

no acordo implícito da sintonia

Vento varrendo os vales e quem acredita na sincronia das tardes?

Na presença de animais de poder que espreitam, de luzes que giram significâncias, na transposição de limites translúcidos, na emergência do pulsar cardíaco desgovernado

 sinto um torpor de sonho enigmático decifrando o não agir, o desistir, o desligar

 Saber da ocorrência de planetas internos gravitando em supressões circulares e da existência de sóis com labaredas multicores ardendo no interior dos seres

alma de serenar, no entardecer das memórias, momento de aquiescer

confiar na estrela guia e passageira

na constância das forças do cosmos

e na transmutação eterna das continuidades

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Meus elementais comungam a consonância sagrada do cosmos
da unidade que se rebenta contra os contornos do tempo
abro margem para entendimentos
delineamentos sutis

Minha experiência engloba realidades expandidas
vão de encontro por sintonia e interesse de lembrança primordial
e quando toda interpretação for sincronia
de estrelas numa conjunção de luz
ascendo como arrepio dorsal numa noite de cristais áureos

Constelações errantes dançam ao som magnético do encanto
traços paralelos nas trajetórias das órbitas lunares
Quantos desenhos um céu pode sonhar?
Quantas conexões extrapolam as fronteiras da materialidade sensível?

Vento solar e torrente devir
efêmeros sentidos captados como a brisa suave
expressivos por sua brevidade
simplesmente passam e significam


Flávia Amaro

terça-feira, 16 de julho de 2013

Densa bola de fogo cósmica primitiva
mitos de sincronicidade e elegia
em órbitas disformes
fração de estrelas
giros de mundos internos na latência do sol
erradicadas raízes de raios elétricos num céu de expansão
nuvens gravitam sobre cabeças distantes pelas fronteiras físicas
oscilando no plano galáctico das confirmações
padrões espirais de uma geometria milenar
que remetem à unidade- às profundezas abissais dos ciclos de sempre
na transposição do eterno devir
existir!

domingo, 14 de julho de 2013

Eternamente

Eternamente

Leve como sopro sideral
poeira cósmica sinérgica
avassaladora
significante
tempo pretérito-presente
plasmando o pulsar próximo
e outros sentidos de pineal conexão


O que sonha acordado e acorda dormindo

 

O que é raro, puro e genuíno

 

O que pode extrapolar o óbvio

 

O que dentro e forte ressoa

 

O que alcança o indivisível

 

O que ilumina e faz vibrar

 

O que excita na lira

 

O que silencia

 

do mito,

do amor!

 

 

 

 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Subje(a)tivismo

transpor o vazio através da imaginação
desejo que cria a partir do interesse
resgatar a lembrança arcaica submersa

Te quero livre
verso solto e vento forte
do cerrado das almas alegres
força motriz de significância
matriz luminosa de condensação
de iluminamentos sutis
de signos de quase contentamento
e decifração

sou seu pensamento
na medida em que você é o que pensa

sou sua  memória seletiva
da emoção do que ainda será

quando o medo impera é o que emperra
raízes de inconsciente arraigado num lago de lama e caos primordial

o barro precisa ser moldado
a consciência desperta
a presença germinada
alcançar as estrelas mais altas das utopias internas
amor e companhia
estar no equilíbrio
do aqui e agora
à hora do dia
e irradiar espontaneidade nos giros de todas as ordens

todo pensar é uma semente
na potência do grão 
é preciso a umidade e o calor
dos raios da esfera lunar
acesos no coração dos peixes profundos

sinto-te próximo
pensamento de ressonância
possessão do invisível vir a ser
chama azul tocando a face como presente,

no presente

Não, São Paulo não me cativou nesse ano. Para mim, privilégio não é estar onde “todo mundo está”, mas estar em um lugar onde se pode, num ...