quarta-feira, 23 de maio de 2012

Água doce luminosa


 Todo alento de água doce
em poço circular
emanando das profundezas da terra
pura fonte de desejos humanos
castos, inatos, instintivos
jorrando da fenda entre a rocha e a areia
vento lunar, lírio branco
moinho de pensamento
sedimento de pedrinhas no fundo
 fresco movimento natural margeado por verde
musgo e umidade
nascente de estrelas luminosas
que dissolvidas se reintegram à essência prima
nostalgia, deja vu
todas as significâncias em ciranda
girando num cósmico céu de brilhantes
guias de orvalho e safira
na noite do vale
assistida.

Um comentário:

  1. Fez exercitar minha imaginação da água. Fiquei sem saber: se as palavras do poema são sedimentos da luz da imagem; se as luzinhas da imagem são orvalho dos versos. No fim, achei que era bobagem minha: o orvalho sempre volta; e a palavra é líquida.
    Abraço, Flávia.
    Gilson.

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